quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Emigracao

Nao sei quando aconteceu mas e fato. Todo mundo esta indo morar fora do pais.
Nao sei se percebi porque tive essa vontade ou se essa realidade ja esta rolando ha muito tempo. Posso dizer que dentro do meu circulo de "amizades" isso e novidade.
Nunca tive amigos que iam morar fora, pelo menos na minha adolescencia, ja que nunca fui endinheirada e/ou tive amigos que fossem.
De 2006 pra ca muitas pessoas que conheco colocaram em pratica a vontade/necessidade da vivencia no exterior. Algumas largaram tudo (embora pra elas fossem nada) e outras nao deixaram quase nada (embora pra mim fosse muita coisa).
Cada um veio com um objetivo.
Uns querem ir em busca do novo, mudar de vida, nunca mais voltar para o lugar de onde sairam. Uns juram por A+B que voltam e nunca mais olham para tras; outros prometem que nunca mais voltam e no primeiro sinal de saudade voltam correndo.
Eu vim porque nao aguentava mais meu emprego chato. Nao era ruim. Isso nao posso dizer. Nem parecia banco (rs)!
Tinha nele o que muitos lutam muito pra obter. Mas eu tinha sonhos.
Tinha vontade de acabar a faculdade e trabalhar na minha area. Area de Radio e TV. Mera ilusao...
Comecei a faculdade pensando que ia encontrar milhares de emprego, afinal eu era super antenada, falava ingles. Que mais queriam?
Bom eu nao sei. Porque no comeco tentei, depois ja nao adiantava pq nao tinha experiencia...
Talvez devesse ter me empenhado mais na busca de um estagio?
Bom, vamos analisar:
Me propus a trocar um salario de 700 por um de 200 na epoca. Ligar na casa de uma diretora de video clip depois de cacar seu nome na lista telefonica e mandar curriculos a rodo pra Rede Tv, SBT e Record?
E, sei la acho que tentei sim, mas nao deu.
Apos desistir de veterinaria por falta de grana e fazer RTV na vontade de trabalhar com outra coisa que gostasse e nunca ter conseguido emprego, realmente decidi ir atras de algo que tinha vontade mesmo que custasse meu emprego registrado com todos beneficios.
Mesmo que custasse meu namoro, mesmo que custasse ficar longe de amigos e familia....
Nao surpreendentemente (ok, talvez um pouco) hoje vejo varios amigos fazendo a mesma coisa. Muitos deles, infelizmente, pelo mesmo motivo que eu. Simplesmente se cansaram da mediocridade.
Uns retornaram ao Brasil e pensam em fazer as malas de novo... dessa vez sem volta. Cansaram-se de ralar e nao terem um salario compativel.
Outros estao no meio do processo. Alguns retornaram e por enquanto, apesar de estarem acostumados com alto nivel do mundo chamado Desenvolvido e acharem que no Brasil tudo e uma merda, ainda assim se arrumaram e vao levando.
Outros acabaram de chegar ao novo (ou seria velho) mundo e acham tudo fantastico.
Estou com medo da volta. Muito medo.
Apesar de saber que as pessoas importantes da minha vida estao de bracos abertos me esperando tenho medo da incerteza do mundo la de fora. O mundo dos empregos, o mundo financeiro, o mundo da tecnologia com precos exorbitantes.
Estou com medo de ter vontade de fazer as malas novamente. E dessa vez, mesmo que eu queira nao sera possivel, a nao ser que pague o preco alto de perder meu namorado/futuro marido para sempre.
Precisaria muito pra convence-lo a a largar o que tem la por empregos mais ou menos na hora de comecar do zero. Nao quero e nem acho justo.
Meu unico conforto e que terei dias ocupados com o planejamento do meu casorio, com a procura de apartamentos e tudo mais que quem vai casar tem que se preocupar.
Todo dia faco um esforco enorme pra ser otimista em relacao ao que o Brasil me reserva.
Nao vagabundiei. Nao torrei meu dinheiro em viagens. Estudei, me diverti. Investi em uma camera que talvez me de algum retorno. Vou fazer curso pra dar aula de ingles. Nao porque e meu sonho, mas porque nao quero ficar desempregada. Gosto de dar aula sim, mas nao e meu foco profissional. Alias ele passa bem longe.
Meu negocio e marketing, fotografia, comunicacao. Amo me comunicar. Seja la como for. Fotografia, treinamento, propaganda? Pra mim tudo e valido.
Aos meus amigos emigrantes velhos: Boa sorte no nosso retorno!
Aos novos: Aproveitem cada minuto da experiencia, pois afirmo com a boca cheia que e muito valida. Nao me arrependo de nada que fiz.
Aos que perderam a esperanca no Brasil: Brasileiro nao desite nunca... brincadeira hehe. Que voces tomem a decisao certa. E se lavar prato ou ser baba te da mais grana e deixa mais feliz, entao va ao encontro dessa felicidade. Dane-se a opiniao alheia.
Eu nao conseguiria viver assim, mas dou forca pra quem quer fazer disso um comeco e nao pretende se acomodar.
Emigrantes, imigrantes, migrantes. Tantos sonhos e objetivos diferentes em palavras tao parecidas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Foda e ser pobre.

Desde que cheguei nessa terra um dos meus, digamos, objetivos era assistir um show do Justin.
Meio bobo, futil, bla bla bla, eu sei.
Mas alem de acompanhar a carreira dele desde a epoca que ele era apenas o magrelo com cabelinho de miojo o show dele e muito bom.
E o tipo de show que vale a pena investir.
Quando cheguei ele so tinha mais 2 shows pra fazer e depois ia fazer tour na Europa. Nao dava pra eu ir porque eles eram no meio da semana e na California.
Agora ele me decide fazer um unico show em 2008 em Las Vegas.
Estava muito disposta a ir ate fazer as matematicas e perceber que pra ver o show e voltar pra casa vai me custar pelo menos 700 doletas.
Vou gastar isso em uma viagem de uma semana no fim do ano e vejam so, pra Las Vegas, que coisa nao?
Pois e, desisti do JT com muita dor no coracao.
Ser Au Poor e foda!
Buaaaaaaaaaaaaaa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ana (parte final)

Ana nunca se sentira assim. Ficava perguntando a si mesma se nao estava dormindo, se aquilo era real. Nao acreditava nessas historias que lia em livros ou via em filmes.
Embora grande parte de seus encontros ideais estivessem em livros ou em peliculas sabia que essas coisas eram praticamente impossiveis. Que o que estava ali descrito ou interpretado nada mais era que uma vontade como a sua.
Porem naquele momento, naqueles poucos minutos em que conversou com ele sabia que algo soava diferente. Algo estava pra acontecer.
Chegou sorridente ao trabalho, mas contou o motivo de sua alegria somente a sua amiga mais proxima. Nao queria cobrancas alheias caso nao desse certo ou entao inveja em torno de algo que nem havia comecado.
Aquelas foram as horas mais lentas que ela enfrentava ultimamente. Esperava ansiosamente para que o relogio marcasse 18:00. Sabia que a partir daquele momento algo iria acontecer. O horario do almoco passou voando, ou ao menos pareceu. Talvez porque ela estivesse pensando tanto no que deveria fazer. Ligar, nao ligar, esperar alguns dias... Todo tipo de situacao passou em sua cabeca.
Se ligasse talvez parecesse desesperada, se nao ligasse poderia perder quem sabe, o amor de sua vida. Mas e se esperasse alguns dias? Talvez outra garota que espera ha meses pra se declarar soltaria a bomba e revelaria seus sentimentos.
Decidiu que o pior que poderia acontecer era nao dar certo. E como Ana detestava a historia de "e se", "deveria" e suas variantes ligou para ele assim que chegou em casa.
O celular chamou 3 vezes. Ela sempre aguardou apenas ate o quarto toque. Quando estava quase em seu momento de desligar ele atendeu. No quarto toque. So podia ser destino mesmo.
Ana se lembra que eles ficaram duas horas ao telefone. Claro que depois de 15 minutos os dois decidiram trocar a ligacao de/para celular para um telefone fixo. A ultima conta nao havia sido agradavel. Os dois riram por serem tao parecidos em um detalhe desse.
Apos uma semana de longas conversas ao telefone, sms trocados, e-mails, msn e toda parafernalha da era atual da comunicacao, decidiram finalmente se encontrar. Pensaram em que lugares podiam ir. Nao queriam restaurantes com razao. Nada mais revelador sobre modos do que um jantar a dois. Pensaram no classico cinema mas nao poderiam se conectar tao bem e conversar olho no olho. Decidiram por uma caminhada sabado a tarde no parque do Ibirapuera (ate pensaram em alugar as famosas bicicletas, mas o suor e tudo que o acompanha talvez seria meio desmotivador). Marcaram as 15:00 em frente a OCA.
Ana colocou um vestido com cara de verao. Nada que pudesse revelar muito ou cobri-la em exagero, afinal era verao, epoca de mostrar um pouco de pele.
Chegou ao local na hora marcada. Pra ela tudo era muito pratico e atraso significava falta de respeito e nao charme.
Felizmente para ele tambem, pois os dois mesmo sem saber disso chegaram praticamente na mesma hora. Deram aquele oi meio confuso. Um beijo, dois ou tres? Decidiram por dois depois de tanto embaraco.
Ela lembra ate hoje cada detalhe dele naquele dia de temperatura agradavel. Sol morno em suas costas desnudas enquanto caminhavam e conversaram. Apos uma hora caminhando haviam decidido por sentar-se e se impressionaram quando comecaram a avistar alguns lugares ideais (entenda-se calmo e com sombra) tao disponiveis. Foi quando perceberam que muitas pessoas seguiam para uma mesma direcao. Algumas seguravam fitas nas maos, viram algumas meninas pre-adolescentes com o rosto pintado de boneca. Familias inteiras. Todos indo para o mesmo lugar.
Nao contiveram sua curiosidade e foram andando, andando quando de repente comecaram a ouvir musica. Acharam bacana a ideia de assistir a um show. E quando estavam mais proximos reconheceram um trecho de musica...
"...tua ausencia fazendo silencio em todo lugar
Metade de mim agora e assim de um lado a poesia, o verbo, saudade
do outro a luta, forca e coragem pra chegar no fim..."
Ele a olhou e quando ia dizer que conhecia a banda se apresentando ela ja cantava que o fim era belo e incerto e que so dependia de como voce visse. Ali, naquele singelo momento em que curtiam juntos musicas do Teatro Magico ele sabia que tinha achado alguem especial. Nunca tinha visto uma garota fazer de um momento tao simples algo tao especial, e sob a trilha de Ana e o mar ao fundo os dois compartilharam seu primeiro beijo.
Primeiro beijo de tantos que seriam apreciados, primeiro show de tantos que iriam juntos e o primeiro por-de-sol de tantos outros que ainda estavam para surgir.

O final desse relacionamento, ou dessa historia esta dentro do coracao de quem le. Vai depender da sua fe no amor, de sua visao sobre coisas impossiveis ou improvaveis. O que quero dizer, e que nos escolhemos que tipo de amor, relacionamento ou encontros ideais iremos ter ao longo da vida. Cabe a nos a busca pela felicidade - que nunca e plena - e tentar vive-la ao maximo ou nao.

PS:
Trilha sonora:
Ana e o Mar
O Anjo mais Velho
Para saber mais sobre esse grupo maravilhoso acesse o site deles.
(Sim, faco propaganda mesmo porque tudo que e bom merece ser divulgado!)