Semanas com pouca novidade...
Ainda continuo na batalha de achar um emprego. Por enquanto só peguei uma turma pra dar aula de inglês numa escola que paga um mixaria, mas ao menos os alunos são legais e ocupo minha cabeça, ainda mais sendo a noite – horário totalmente em desuso por parte de minha pessoa.
A vida pessoal/social tem melhorado. Não estou tão depremida como antes e tenho até dado boas risadas, graças a uma pessoa que é especial em minha vida e sempre será!
Obrigada! ;)
De uma semana pra cá decidi mudar minha situação e de sedentária fui pra praticamente inscrita nos 10 KM da Tribuna (prova super tradicional aqui em Santos e que toda pessoa que corre e compete sabe qual é). Obviamente que escalei uma parceira pra ter um estímulo. Quer coisa melhor que a irmã pra fazer cia, conversar e agora ser parceira de treino? Bom demais!
O treino começou na terça e meu Deus, como correr deixa dolorida!!! Ao menos no começo.
Não estou me achando a Wonder Woman não hein? Tô seguindo direitinho o treino “dado” no site da corrida.
Hoje por exemplo a recomendação era andar durante 3 minutos e correr durante 2 por nada mais que 8 vezes.
Essa é só a segunda semana de treino! Tô até com medo do que virá pela frente.
As coisas no Brasil continuam do mesmo jeito: políticos cara de pau, violência urbana e paisagens maravilhosas. Claro que tem coisas boas. O governo lançou um programa de educação em que o aluno termina o ensino fundamental, aprende uma profissão e ainda ganha R$ 100. Achei uma iniciativa super interessante pois dá uma incentivada pra população carente que tem risco de cair na marginalidade...
E é aí que entra minha história de revolta, indignação e honra.
Ontem de tarde fui andar treinar com minha irmã e levei meu ipod. Treinei, ouvi meu ipod. Me alonguei pra ir pra casa, tudo normal. O ipod sempre preso na minha cintura por dentro da calça. Quando estava eu e minha irmã ligamos pra minha mãe e perguntamos se era pra pegar pão na padaria. Seguimos em frente, eu tinha R$ 5 dentro da capinha do iPod e ia dar. Deixei o ipod com capinha preta na minha mão direita, não dava nem pra ver. Continuamos andando.
De repente minha irmã escuta um freio de bicicleta e eu também. Viramos pra trás e naquele momento eu sabia que o garoto ia nos assaltar. Não deu tempo de uma falar pra outra correr ou nada do tipo. Um outro continuou na bicicleta.
Ele falou “me dá, me dá”, nem sabia o que tava levando. Me colocou contra um muro, eu falei “não, não”, ele falava pra eu andar logo. O da bicicleta começou a falar que ia dar um tiro na minha cabeça. Eu achava que eles não estavam armados, mas ele fazia como se tivesse com o revólver emaixo da camiseta (o que ficou na bike). Enquanto isso eu segurava meu ipod com força e pedia “por favor” pra eles deixarem. Mais uma vez o da bicicleta falou que ia dar um tiro na minha cabeçae aí eu com medo acabei largando. Não satisfeito ele ainda foi e revistou os bolsos da blusa da minha irmã. Viu que não tinha nada e saiu.
Eu nesse momento com a certeza de que eles não tinham arma, saí correndo atrás e gritando “pega ladrão” mas não deu tempo de ninguém ajudar. Já era meu ipod! Fiquei puta da vida, insana, lembrei de todas fraldas, gorfadas, de todas au pairs do Brasil que ficam um ano ou mais aturando vários pepinos. Não conseguia chorar. Só sentia raiva.
Não quis nem saber. Fui no orelhão e liguei pro 190. Eles mandaram uma viatura pra onde eu tava. Eles chegaram em 15 minutos. Parecia uma eternidade.
Dei a desccrição da roupa deles, a cor, falei que estavam em dois numa bicicleta. Pedi pra rodar um pouco com eles, mas eles falaram que era melhor eu ir pra casa e aguardar, que eles iam ficar rondando a área e avisar outras viaturas. Caso eles achassem me ligariam no celular. Eles viram a raiva no meu olhar quando eu falava daqueles dois muleques. Falei até pra eles descerem a porrada nos dois se o encontrassem, de tão p da vida que estava.
Vim pra casa desolada , liguei pro Fábio e aí foi quando chorei de raiva. Fiquei com meu celular aguardando a ligação e u por volta de uma hora depois a polícia me ligou. Disse que haviam achado dois sujeitos com a descrição que dei, e se eu queria ir onde eles estavam pra fazer reconhecimento.
Não pensei duas vezes. Enquanto os esperava, policial me ligou de dentro da viatura e explicou ainda melhor. Falou que haviam achado dois caras e com um ipod exatamente como descrevi.
Entramos na viatura (cara mt engraçado que quando páravamos no semáforo todo mundo olhava pra dentro da viatura e devia achar que éramos as bandidas kkkk) e fomos até o local. Não deu outra. O policial trouxe o ipod e era o meu mesmo. Com a música que eu tinha escutado por último no pause, minhas fotos e os R$ 5 lá dentro. De dentro da viatura já reconheci um deles.
Fomos pra delegacia e os dois foram presos. Fiquei lá até 3 da manhã de hoje. É um processo muito lento, mas o pessoal da delegacia e os policiais foram excelentes conosco o tempo todo.
Pra variar um era menor de idade. Com eles, além do meu ipod estavam mais dois celulares, que possivelmente também foram roubados dias atrás. Até eu sair de lá os pais do menor não haviam vindo a delegacia pra assinar os papéis. Ele ia ser encaminhado pra Fundação CASA (antiga febem) e o maior pra cadeia mesmo.
Daqui a um tempo terei que ir ao Fórum, pra dar meu depoimento de novo e eles serem julgados. Estou muito feliz!!! Não pelo Ipod, mas por evitar que mais pessoas sejam assaltadas por dois folgados. Estou feliz de honrar o direito que toda au pair que volta pra cá, tem de usar seu ipod, sua câmera digital e seu tênis que foi conseguido com trabalho duro. Desemprego não justifica roubo.
DEIXO AQUI MEUS PARABÉNS E UM OBRIGADA A TODOS POLICIAIS QUE VESTEM SUAS FARDAS COM DIGNIDADE E HONESTIDADE DIARIAMENTE EM PROL DE MANTER A POPULAÇÃO SEGURA E A TODOS PAIS QUE EDUCAM SEUS FILHOS PARA DISCERNIREM O QUE É CERTO E ERRADO.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
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2 comentários:
Wow, me senti lendo um cap de um livro policial.
Otimo que recuperou seu ipod, nossa, fiquei muito feliz por vc.
Quanto aos muleques que roubaram, eu nao tenho do nao, tem que tomar muita paulada na cabeca. Pobreza e desemprego nao cria bandidos nao.
enfim...
qdo eu voltar vou continuar correndo com meu mp3 todo ferrado, no max meu ipod shuffle com o fone do paraguai...infelizmente..
bjss
Dre vc que merece os parabens, por nao ter deixado pra la...Isso eu ainda tenho que aprender por aqui!
Eh por essas e outras que eu penso em nao voltar para o Br, aqui ja cheguei esquecer a chave do meu carro na mesa do restaurante por horas e voltar, achar a mesa ocupada e a chave no mesmo lugar!
Boa sorte na procura do emprego.
bjs
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