Ana nunca se sentira assim. Ficava perguntando a si mesma se nao estava dormindo, se aquilo era real. Nao acreditava nessas historias que lia em livros ou via em filmes.
Embora grande parte de seus encontros ideais estivessem em livros ou em peliculas sabia que essas coisas eram praticamente impossiveis. Que o que estava ali descrito ou interpretado nada mais era que uma vontade como a sua.
Porem naquele momento, naqueles poucos minutos em que conversou com ele sabia que algo soava diferente. Algo estava pra acontecer.
Chegou sorridente ao trabalho, mas contou o motivo de sua alegria somente a sua amiga mais proxima. Nao queria cobrancas alheias caso nao desse certo ou entao inveja em torno de algo que nem havia comecado.
Aquelas foram as horas mais lentas que ela enfrentava ultimamente. Esperava ansiosamente para que o relogio marcasse 18:00. Sabia que a partir daquele momento algo iria acontecer. O horario do almoco passou voando, ou ao menos pareceu. Talvez porque ela estivesse pensando tanto no que deveria fazer. Ligar, nao ligar, esperar alguns dias... Todo tipo de situacao passou em sua cabeca.
Se ligasse talvez parecesse desesperada, se nao ligasse poderia perder quem sabe, o amor de sua vida. Mas e se esperasse alguns dias? Talvez outra garota que espera ha meses pra se declarar soltaria a bomba e revelaria seus sentimentos.
Decidiu que o pior que poderia acontecer era nao dar certo. E como Ana detestava a historia de "e se", "deveria" e suas variantes ligou para ele assim que chegou em casa.
O celular chamou 3 vezes. Ela sempre aguardou apenas ate o quarto toque. Quando estava quase em seu momento de desligar ele atendeu. No quarto toque. So podia ser destino mesmo.
Ana se lembra que eles ficaram duas horas ao telefone. Claro que depois de 15 minutos os dois decidiram trocar a ligacao de/para celular para um telefone fixo. A ultima conta nao havia sido agradavel. Os dois riram por serem tao parecidos em um detalhe desse.
Apos uma semana de longas conversas ao telefone, sms trocados, e-mails, msn e toda parafernalha da era atual da comunicacao, decidiram finalmente se encontrar. Pensaram em que lugares podiam ir. Nao queriam restaurantes com razao. Nada mais revelador sobre modos do que um jantar a dois. Pensaram no classico cinema mas nao poderiam se conectar tao bem e conversar olho no olho. Decidiram por uma caminhada sabado a tarde no parque do Ibirapuera (ate pensaram em alugar as famosas bicicletas, mas o suor e tudo que o acompanha talvez seria meio desmotivador). Marcaram as 15:00 em frente a OCA.
Ana colocou um vestido com cara de verao. Nada que pudesse revelar muito ou cobri-la em exagero, afinal era verao, epoca de mostrar um pouco de pele.
Chegou ao local na hora marcada. Pra ela tudo era muito pratico e atraso significava falta de respeito e nao charme.
Felizmente para ele tambem, pois os dois mesmo sem saber disso chegaram praticamente na mesma hora. Deram aquele oi meio confuso. Um beijo, dois ou tres? Decidiram por dois depois de tanto embaraco.
Ela lembra ate hoje cada detalhe dele naquele dia de temperatura agradavel. Sol morno em suas costas desnudas enquanto caminhavam e conversaram. Apos uma hora caminhando haviam decidido por sentar-se e se impressionaram quando comecaram a avistar alguns lugares ideais (entenda-se calmo e com sombra) tao disponiveis. Foi quando perceberam que muitas pessoas seguiam para uma mesma direcao. Algumas seguravam fitas nas maos, viram algumas meninas pre-adolescentes com o rosto pintado de boneca. Familias inteiras. Todos indo para o mesmo lugar.
Nao contiveram sua curiosidade e foram andando, andando quando de repente comecaram a ouvir musica. Acharam bacana a ideia de assistir a um show. E quando estavam mais proximos reconheceram um trecho de musica...
"...tua ausencia fazendo silencio em todo lugar
Metade de mim agora e assim de um lado a poesia, o verbo, saudade
do outro a luta, forca e coragem pra chegar no fim..."
Ele a olhou e quando ia dizer que conhecia a banda se apresentando ela ja cantava que o fim era belo e incerto e que so dependia de como voce visse. Ali, naquele singelo momento em que curtiam juntos musicas do Teatro Magico ele sabia que tinha achado alguem especial. Nunca tinha visto uma garota fazer de um momento tao simples algo tao especial, e sob a trilha de Ana e o mar ao fundo os dois compartilharam seu primeiro beijo.
Primeiro beijo de tantos que seriam apreciados, primeiro show de tantos que iriam juntos e o primeiro por-de-sol de tantos outros que ainda estavam para surgir.
O final desse relacionamento, ou dessa historia esta dentro do coracao de quem le. Vai depender da sua fe no amor, de sua visao sobre coisas impossiveis ou improvaveis. O que quero dizer, e que nos escolhemos que tipo de amor, relacionamento ou encontros ideais iremos ter ao longo da vida. Cabe a nos a busca pela felicidade - que nunca e plena - e tentar vive-la ao maximo ou nao.
PS:
Trilha sonora:
Ana e o Mar
O Anjo mais Velho
Para saber mais sobre esse grupo maravilhoso acesse o site deles.
(Sim, faco propaganda mesmo porque tudo que e bom merece ser divulgado!)
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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4 comentários:
oi dressa! vc tava la tb?
noooossa, ameeeei o show, e fiquei la bem pertinho...depois de sair correndo qdo a chuva passou...
Moro em north jersey, bergen county, e vc?
ahhh, o estranho não é crítica nao, é elogio! eu acho ele uma gracinha! hehehe
bjo
nooooooooooossa!
adorei!
fiz um monte de conexão enquanto ia lendo a história!
e como sou fã de detalhes (mas sem exagero), devo dizer que adorei a parte da conta do telefone e do suor! rs
muito bom, nina! gostei mesmo! =D
e o que você falou no final é bem verdade... sobre aproveitar e tal.
aliás, hoje fui ao cinearte e vi um filme lindíssimo, shorey oseanus, e recomendo.
tenho certeza que você vai gostar, o nome é "feast of love".
enfim, já falei demais :P
fiquei com vontade de escrever também. me deixou inspirada... quem sabe um dia, quando a inspiração for incontrolável :P
beeeeijo, nina!
:*
Ahhhhh Dressa q lindooo
adoreiiii sua história tbem gosto muito de TM!!
"No fimm é belo e incerto, depende de como você vê!"
rsrrss
pode dexar que meu final pra história é bem bonitinho!!
bjinhus
Ahhh adorei a historia... e pra ver como tudo esta sempre nas nossas maos.
Aiaiaiai problemas com o namorada... imagina rssss, nunca achamos que vamos ter tantos ne... mas faz parte. como vc conseguiu?? hahaha
Beijokas
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